Cenário político dos maiores colégios eleitorais do Rio Grande do Norte em 2024
Os dados da Justiça Eleitoral mostram que as prefeituras não apenas fogem da polarização presente na política nacional, mas também indicam uma renovação nas suas lideranças municipais.
Com exceção da capital do Estado do Rio Grande do Norte, Natal, que terá segundo turno, a maioria das demais cidades do estado concluíram suas eleições municipais no primeiro turno, realizado no dia 5 de outubro. Logo, esse cenário permite uma análise mais aprofundada da nova configuração política no estado, especialmente no que diz respeito à distribuição partidária pelo território norte-rio-grandense, possibilitando também breves constatações sobre os candidatos eleitos.
Ao analisar os 20 maiores colégios eleitorais do Rio Grande do Norte, é possível identificar quais partidos assumiram o comando das prefeituras e como isso pode influenciar o cenário político local nos próximos anos, considerando o perfil partidário dos novos gestores municipais. Além disso, é possível analisar se houve ou não renovação uma renovação nos chefes do executivo municipal.
É importante destacar que, excluindo a capital do Estado, que ainda aguarda o segundo turno, de acordo com os dados fornecidos pelo TSE em setembro de 2024, os dois maiores colégios eleitorais do estado são Mossoró e Parnamirim, contando com mais de 140 (cento e quarenta) mil eleitores cada. Nesse teor, a tabela a seguir ilustra os municípios, com exceção de natal, com os maiores números de eleitores:
Fazendo uma análise pormenorizada da situação de cada município, é possível identificar quais partidos foram mais eficazes na busca pelo poder executivo municipal, conforme pode ser apresentado a seguir:
Contrariando a tendência de polarização política observada em nível nacional entre PT e PL, que juntos elegeram apenas três prefeitos, o cenário no Rio Grande do Norte, nessa análise primária, tende a apresentar uma maior diversidade partidária. Partidos como o PSD e o MDB se destacaram, elegendo nove prefeitos, o que corresponde a 45% do total de eleitos. Esse quadro revela uma significativa fragmentação partidária no âmbito municipal, contrastando com o panorama nacional, onde a competição política está mais polarizada entre dois grandes blocos. Entretanto, salienta-se que essa fragmentação partidária não significa uma fragmentação ideológica, esta, por sua vez, deve ser analisa com uma maior minúcia.
A distribuição de poder mais ampla e pulverizada pode ter impactos diretos na governabilidade local, uma vez que as gestões municipais poderão ser menos alinhadas com a política nacional e, até mesmo, estadual. Essa diversidade partidária sugere que, ao menos no contexto municipal do Rio Grande do Norte, nessa análise primária, o eleitorado demonstrou preferência por soluções políticas que transcendem a bipolaridade presente em âmbito nacional. Isso pode ser reflexo de preocupações com aspectos mais locais, inerentes a cada município, como o investimento em infraestrutura e a qualidade dos serviços públicos, características que tendem a ter maior peso em eleições municipais.
Outro ponto relevante nas eleições de 2024 é a disputa entre incumbentes e desafiantes. Os incumbentes, ou seja, os prefeitos que buscaram a reeleição, enfrentaram uma competição acirrada. Conforme mostrado no gráfico a seguir, apenas 35% dos prefeitos eleitos eram incumbentes, totalizando sete reeleições, enquanto os desafiantes venceram em 65% dos casos, com 13 novos prefeitos eleitos. Esse dado revela uma tendência de renovação política nas prefeituras do Estado, ao menos nesse primeiro momento de exploração, uma vez que não foi constatada a reeleição do gestor municipal.
Essa dinâmica é relevante para o futuro da política local uma vez que um grande número de novos prefeitos, por mais que levem ideologias semelhantes com seus antecessores, trazem novas ideias, alianças e estratégias que podem alterar o curso da gestão pública municipal.
Por fim, ao examinar a situação dos maiores colégios eleitorais do Rio Grande do Norte, é possível fazer algumas constatações preliminares sobre o cenário político norte-rio-grandense. Observa-se que, apesar da fragmentação partidária e da expressiva renovação nas prefeituras, alguns partidos tradicionais, como PSD e MDB, continuam a desempenhar papéis centrais nas eleições municipais.
Em resumo, as eleições de 2024 no Estado Potiguar aponta para uma realidade política distinta da tendência nacional de polarização, com uma distribuição mais ampla do poder entre diversos partidos e uma clara disposição do eleitorado por renovação. O sucesso dos desafiantes e a fragmentação partidária indicam que o cenário político estadual pode continuar a evoluir de maneira dinâmica nos próximos anos, com possíveis mudanças nos alinhamentos políticos e nas prioridades das administrações municipais. Esse quadro oferece pistas interessantes sobre como a política estadual poderá se desenvolver, reforçando a importância de se observar as nuances locais que influenciam as escolhas eleitorais e moldam o futuro político do Rio Grande do Norte.